Quem é o que?

Às vezes fico pensando que, nesse exato momento, existem bilhões de pessoas no mundo, fazendo coisas das mais diversas naturezas, falando ou dormindo, comendo ou escrevendo, ou fazendo um pouco de cada. Enquanto isso, eu faço aquilo que me interesso ou que me diz respeito, e me importo apenas com isso e nada mais. Quero dizer, me importo apenas se eu estou com fome, frio, sede, calor, vontade de caminhar, se posso dormir mais um pouco. Não me importo se o John lá na Inglaterra está com sono também ou está fazendo algo pra comer. Ou se as pessoas de um país pobre estão com fome, ou, ainda, se as pessoas de um país rico estão esbanjando nesse exato momento. Não nos preocupamos que existem mais bilhões de pessoas pensando, dentre elas pode até haver mais algum(a) doido(a) pensando como eu! E isso me atiça a curiosidade; essa pluralidade a que a humanidade está sujeita.
É extremamente curioso o fato de que não sabemos de ninguém além de nós mesmos. Só conseguimos, obviamente, pensar e agir por nós, mesmo que as atitudes interfiram nas vidas das outras pessoas. Quero dizer que podemos tomar água para saciar apenas a nossa sede; podemos comer e assim saciaremos apenas a nossa fome; podemos dormir, acabando, assim, com apenas o nosso sono. É curioso pensar que estamos todos num mesmo lugar, ou seja, o planeta Terra, mas aqui cada um é por si. Não existe condição de fazermos nada por ninguém dessa maneira. E esse mesmo pensamento, acaba nos tornando como um todo, em alguém que age e pensa apenas por si. E aí nasce, também, o egoísmo. Eu não quero saber se fulano quer conversar comigo, simplesmente EU não desejo conversar com ele. Tem gente passando fome? E eu com isso?
Em algumas pessoas, esse tipo de pensamento está sendo abafado, mas, na maioria da humanidade, existem bilhares de pessoas com este perfil. Não se importam se existem pessoas ao seu redor ou do outro lado do mundo que precisam de ajuda ou estão passando por alguma necessidade. Ninguém se importa se algo é importante para alguém, se existe uma crença envolvida, se existe uma cultura diferente, e isso também é um fator que influencia diretamente na ignorância e egoísmo gerados.
As pessoas simplesmente seguem andando, empinando o nariz ou cabisbaixas, andando rápido ou devagar, todas na mesma estrada, que leva apenas à um mesmo lugar, olhando, internamente, somente para o seu único umbigo. O que eu preciso, sinto, acredito, não acredito, opino, é o que vale e importa pra mim. Esse é o caminho mais solitário e destruidor que a humanidade pode seguir.

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